Era uma vez um puto reles de ranho no nariz, que apesar de pouca idade já andava a olhar para sítios que não devia. Maroto, mas isso agora não interessa nada. Interessa, mas não neste contexto.
Primeiro de tudo, e pondo a brincadeira de parte, quero justificar a minha notável ânsia de querer fazer este post.
É que aquilo que se segue faz parte de um conjunto de sentimentos no qual nunca me expressei, mas que agora tenho oportunidade de aqui me abrir convosco, vós que sois gente bela, pura e paciente, pois acredito que para aturar uma gralha como esta seja preciso quase pedir ajuda divina.
Como dizia…
Era uma vez um jovem rapaz que andava numa chata e interminável catequese ao sábado a tarde e que se questionava sobre o que haveria para alem da primeira porta do salão, onde nunca vira ninguém entrar ou sair, nem sequer a porta aberta.
Um certo sábado a tarde, dia de catequese (se fazia chuva ou sol, isso não me lembro) esse lindo menino, que por sinal ate sou eu, vê uma coisa por ele nunca antes vista: a porta estava entreaberta.
Com facilidade se compreende a ânsia deste rapaz a correr para a porta.
Na parede uma pintura na qual se podia ler “Igreja”, um quadro como os da escola, armários, muitas cadeiras, e uma mesinha no meio da sala. Tudo isto dava um ar quente e acolhedor à sala.
Ele quis entrar.
Entrou.
E por ali ficou.
Lembro-me de neste dia este miúdo ter faltado à catequese, porque por obra de alguém a porta não estava trancada.
…
Uns anos mais tarde qual e o espanto quando alguém de quem guardo apreço me disse: “entra, senta-te, fica connosco”.
Neste dia não foi preciso entrar a socapa. Neste dia a porta estava escancarada para trás.
Hoje, vós ó gente bela, pura e paciente, sois a minha segunda família, sois a minha segunda casa, sois aqueles a quem guardarei sempre um carinho especial, porque sem as 8.30 de sábado à noite sinto-me como uma tese sem argumentos, um futebolista sem relvado e tão pouco uma bola, uma alma sem coração. Vazio.
Com 17 anos de questionável existência, juízo não e bem o que abunda nesta cabeça, se calhar não são muitas as coisas que aqui abundam, mas o facto de um dia ter passado aquela porta, deixa-me mais preenchido, completa a vida de um gajo que ainda ontem era um puto cheio de ranho no nariz, e hoje é… um puto cheio de ranho no nariz, mas mais alto.
Acho que dentro daquela sala, se moldam caracteres, se moldam formas de pensar, partilham-se ideias, sobre uma ideia só: mudar o mundo.
Nós queremos, Nós podemos e Nós fazemos um mundo melhor todos os dias.
Vocês fazem o meu mundo melhor com um sorriso! Só isso.
A Todos:
Obrigado.
Jorgito.
11 comentários:
Uma história muito bem contada, sim senhor, menino de ranho no Nariz :D
Quem é que nós somos? PEDRAS VIVAS !
Rita S.
Puto com ranho mais alto ta mto fixe! continua que tas mto la. :) Pintas
Pois... é... a tua história... que aconteceu uns anos depois da minha e mesma assim me fez recordar a 1ªvez que me senti "Pedra Viva"... Obrigada por me fazeres voltar lá... é bom... Belo Post Puto!!!!
Beijito!!
Sónia
Opá faço minhas as palavras da sónia!
Acho que todos os anos essa história se repete, mas é tão bom saber que a minha história é a tua história e a história de todos nós, e são estas histórias que nos moldam e nos constroiem como pedras vivas na igreja de Cristo!
Ainda bem que contaste tão bem a história...
Abraço ao pessoal!!!
Parabéns pelo espaço!!!é a pastoral juvenil de vagos sempre a abrir!!!
bjs
sem palavras..
se calhar é isto que toda a gente axa ao ler este texto..similar ao de todos os que fazem parte de um puzzle.. de que tu es uma peça fundamental..
fixesteme ser pequeno e lembrarme de todos aqueles fantasticos momentos que tivemos um com o outro em que "eramos putos com ranho no nariz"
pra mim.. vais foste e seras sempre o meu puto favorito com ranho no nariz..
(deves saber quem sou quando te digo.. o teu melhor amigo, ou se assim nao axares, a pessoa que melhor te conhece..)
um abraço
olá malta :)
contente por vos ver cheios de pica, com sede de Deus, curiosos e empenhados na busca fa felicidade...
quanto ao homem do ranho... epá é uma história um pouco ranhosa e badalhoca... eh eh ... mas como já foi dito faz parte do percurso da vida de muitas pessoas.
ainda me lembro daquele rapaz que um dia apareceu no ensaio dos passagem timido... e curioso a olhar e a espera da oportunidade.
admiro-te amigo!
estou também com todos os elementos do Grupo " Pedras Vivas "
até sempre:)
Acho q disseste tudo de coração, foste o mais trasparente possível. É por isso q o texto está fantástico!
:D
O texto está muito original. Nota-se que foste muito transparente.
Por isso mesmo, acho que está fantástico!
:D
* Elsa Tomé
Enviar um comentário